segunda-feira, 29 de abril de 2013


O sabor único de um Xis de Rodoviária

Cachorro-quente de fim de festa, milho verde na praia, churrasco no final de semana, um pastel por 2 reais antes do jogo e dois pastéis por R$ 1,00 no fim do jogo e Xis de rodoviária. Itens místicos da culinária gaúcha.
Xis de lancheria da Rodoviária de São Leopoldo
Ficar esperando o ônibus chegar na rodoviária já é um saco, esperar com fome é ainda pior. É por isso que o Xis de Rodoviária mostra-se uma boa opção para quem não está afim de gastar grana e tempo em um prato feito ou em um buffet.
Com sabor único e feito rapidamente, o Xis de Rodoviária é uma boa demonstração da versatilidade do lanche gaúcho.
Na rodoviária de São Leopoldo, por exemplo, R$ 8,00 são o suficientes para comprar um Xis salada e uma garrafa de refrigerante. 
A combinação dos dois representa um baita almoço/janta/café da manhã para quem está prestes a ficar no ônibus por um bom trajeto.
Uma importante dica é não sentar próximo aos eixos do ônibus - lugar que mais sacode - para evitar qualquer mal-estar e aproveitar a viajem depois de comer um belo de um Xis de Rodoviária.

Texto e foto: André R. Herzer

segunda-feira, 15 de abril de 2013


Xis em grandes proporções

Se a fome está grande e a há bastante gente para alimentar, uma boa saída é fazer um Xis AVC.
Xis AVC?
Xis AVC Farroupilha, uma homenagem à tradição gaúcha
Sim!
O Xis AVC é um lanche gigante que se tornou popular na internet através do blog "O Verso do Inverso". Num primeiro momento o blog ensinou os passos para a montagem do Xis AVC e depois pediu para que os seus leitores enviassem fotos dos Xis que eles montaram.
Quem entrou na brincadeira foi Eduardo Herzer e seus colegas de trabalho que já montaram o Xis em duas ocasiões. "Fizemos 2 vezes, na primeira estávamos entre 4 pessoas, e sobrou metade do Xis", relata Eduardo. Mas na segunda vez, com oito pessoas, o Xis foi totalmente exterminado.
A lista de ingredientes do XIS AVC feita pela turma de Eduardo é farta: maionese, bifes, queijo, cebola, tomate, bacon, calabresa, batata frita, pizza muzzarela, mais queijo, ovos, entrevero, pimentão verde, vermelho e amarelo.
"Para que não haja erro é só montar o Xis com ingredientes que todos gostem", destaca Eduardo. Buscando destacar a cultura rio-grandense o Xis AVS feito por eles foi chamado de Xis AVC Farroupilha (por isso os pimentões nas cores da bandeira do Rio Grande do Sul).
Eduardo também lembra um trunfo do Xis AVC que eles fizeram. 
Normalmente o gigantesco lanche é montado com duas massas de pizza, porém um companheiro de trabalho de Eduardo consegui um enorme pão de Xis. Para comparar: o pão era maior do que uma pizza!
Além de uma fôrma de tamanho considerável, é necessário um forno de tamanho grande, já que o Xis AVC fica em torno de 15 minutos no forno. Porém o mais importante ao fazer um Xis AVC é ter amigos prontos para comerem um Xis pra lá de especial.

Confira algumas fotos:



Texto: André R. Herzer
Fotos: Eduardo Herzer

sexta-feira, 5 de abril de 2013

História social do Xis

 

    Assim mesmo X-I-S, agauchamento de cheeseburguer. Mas não foi só a palavra que ganhou outros contornos por aqui. O sanduíche também foi beneficiado por uma apropriação criativa. E bem valeria uma pesquisa histórica de verdade. Estou quase me animando a enfrentar a aventura. Eu e a Nikelen, que vai novamente ministrar um curso de História da Alimentação neste semestre, estamos conversando bastante sobre o tema.
    Minha impressão é de que o xis deve ter se difundido nos inícios dos anos 1980, senão na década anterior. Está nas minhas lembranças de infância o primeiro xis que chegou a Jaguari, lá por 1984. E, se estava lá nesta data, devia existir muito antes em Porto Alegre e Santa Maria. Lembro de vir a Santa Maria ver jogo do INTER contra o Inter (SM) e comer um xis ou cachorrão prensado depois da partida. Isso era motivo de se gabar perante toda a gurizada no colégio.
    O interessante é que o xis parece ter se enquadrado, nos primeiros tempos, no ar de novidade que tinham os fast-foods. Sem dúvida, foi associado ao Hamburguer norte-americano, aqui chegado através das telas de cinema. Daí a relação com velocidade, tecnologia, praticidade e juventude. Enfim, com os valores de uma contemporaneidade que, nos ’80, tinha o futuro como uma categoria-fetiche – lembram da estética repleta de ângulos, referências espaciais, neons? Isso desde os objetos de decoração, passando pela arquitetura, até a moda com ombreiras e cabelos esculturados com gel.
    Não é a toa que a Coca-cola era o acompanhante inescapável para xis. Tratava-se de uma das práticas de norte-americanização pelo consumo, que a juventude de classe média brasileira exercitou com dedicação naquela década. Havia uma música, do Gaúcho da Fronteira, em que ele criticava essa adesão, referindo-se a uma menina dizendo algo como “só toma coca com xis e repete que é feliz, mas vive muito confusa… tem direito de sonhar com essa vida made in USA. (…) Ô guria te endireita, tu já tá uma moça feita para bancar americana. Por causa do tal de rock, tu vives em Nova York sem sair de Uruguaiana.”
Porém, me parece que esse quadro foi se modificando nos anos posteriores. O xis difundiu-se verdadeiramente. Sua adaptação à gaúcha, ou seja, o sanduíche prensado até ficar com a casca do pão crocante virou marca distintiva e de orgulho regional. Santa Maria (universitária e jovem), vem sendo identificada como terra do xis, em um programa que foi, inclusive, encampado pela prefeitura municipal. Essa apropriação regionalista de algo que, antes, era tão “norte-americano” se deu em concomitância com a invasão dos verdadeiros fast-foods, os MacDonalds e seus genéricos. Algumas pessoas chegaram a dizer que não dariam certo por aqui, sendo que custavam o dobro do valor do “nosso” xis, mas com a metade do “peso”. O resultado é o que se vê, o MacDonalds está aí mas o xis segue vivo, encampando, ora vejam só, um discurso de resistência e matriz de construções identitárias. O xis aparece como uma refeição completa, daquelas que “pesam” no estômago, por um preço muito acessível. Para além do “lanche dos jovens de classe média” hoje o xis é consumido por várias camadas sociais. E talvez possa ser associado a uma longa tradição brasileira, uma “economia moral da comida”, entre as camadas populares, de que a melhor refeição tem que “encher a barriga” sem pesar no bolso. Enfim, são transformações dignas de atenção e curiosidade.
    Talvez seja isso, talvez não. São apenas pensamentos que podem indicar caminhos interessantes para uma história da sociedade e da cultura através da alimentação. De todo modo, foi uma delícia escrever o texto pensando em um xis bacon bem “golesmento”, feito em chapa velha. Porque todo mundo sabe que o xis tem mesmo tudo a ver com a história. Xis prensado em chapa nova não presta. A chapa tem que ter história, tem que recolher os sabores, os aromas e a graxa de muito tempo de uso. Não é mesmo uma beleza?

Fonte: http://www.sul21.com.br/blogs/terradosmuitos/2012/08/06/200/

 

O Xis do Alemão



Xis Bacon do Bar do Alemão
Se você estuda, ou já estudou, na Unisinos, em São Leopoldo, com certeza ouviu falar do Bar do Alemão. Além daquela cerveja bem gelada, o estabelecimento também oferece uma diversidade de lanches, entre eles o típico Xis.
O ambiente informal com cadeiras e mesas de plástico e o rádio sintonizado na Ipanema são marcas registradas do bar que está cravado no centro da Avenida Unisinos.
Tabela dos lanches oferecidos no bar
Outra marca do Bar do Alemão é o sabor marcante do seu Xis – e também do cachorro-quente feito em pão de xis. Depois de fazer o seu pedido, você pode sentar e esperar pelo jantar/almoço/lanche da tarde/chá das cinco/café da manhã que deve ser buscado junto ao chapista quando pronto.
Mas como saber que o seu Xis está pronto?
Simples, preste atenção quando alguém começar a chamar “oww, você” ou “eii, teu pedido tá pronto”. Esses são os sinais de que o seu Xis está pronto para ser consumido.
Comer um Xis no Bar do Alemão é ter a certeza de que o investimento de R$ 13,00 foi bem feito.

Texto e foto: André R. Herzer